Jiu jitsu nas olímpiadas

Nem chaves, nem estrangualmentos, a arte suave perdendo para ela mesma

Luiz Augusto

O jiu jitsu é um esporte que já tem mais de cem anos de existência. Nasceu no Japão e foi trazido para país em 1915 pelo mestre Conde Koma. Tem como princípio básico usar o mínimo de força. Seus movimentos procuram pressionar, estrangular, imobilizar, torcer as articulações, levar os adversários ao chão através de quedas evitando assim o uso de armas. Depois de ser aprimorado e difundido pela família Gracie, hoje é conhecido como ”Brasilian jiu jitsu”. Em todo esse período o esporte se desenvolveu e cresceu no mundo todo, mas não o suficiente para se tornar esporte Olímpico. Muito adeptos no Brasil, poucos praticantes em outros países, visão negativa da sociedade, diferentes critérios para troca de faixa, diversos estilos, esportes parecidos, fechamento de chaves, esses são alguns motivos que impedem o jiu jitsu de participar das olimpíadas. Segundo o COI(comitê olímpico internacional) os requesitos para um esporte se tornar olímpico é ser praticado em 75 países e 4 continentes e 40 países e 3 continentes por mulheres e ainda possuir uma entidade que regule o esporte mundialmente. Esse é justamente um dos motivos que dificulta que o jiu jitsu vá as Olimpíadas. A falta de um convenio ou intercambio entre confederações e união entre dirigentes e atletas dificultam ainda mais a situação. O Brasil possui duas confederações, a CBJJ, sediada no Rio de Janeiro e presidida por Carlos Gracie e a CBJJE com sede em São Paulo e presidida por Moises Muradi, mas só a primeira é reconhecida pelo COB. Sendo assim só atletas filiados a CBJJ teriam o direito de disputar os jogos Olímpicos. Uma situação que desagrada lutadores ligados a outra entidades. No meio dessa rivalidade os maiores prejudicados são os lutadores e o próprio esporte. Perguntado se gostaria que o jiu jitsu se tornasse esporte Olímpico e quais benefícios traria ao esporte Jessé da Silva Santos, 37,funcionário público e praticante faixa azul de jiu jitsu á oito anos disse “Se fosse para os jogos olímpicos teria mais patrocínio por parte de grandes empresas, seria mais divulgado junto aos leigos. As pessoas acham que o jiu jitsu é Vale-Tudo(mix de artes marciais) me para na rua e ficam me perguntando se eu tomo pancada, sendo que o esporte é baseado em chaves e imobilizações. A arte tem vários estilos e posições ao contrario do Judo, as entidades querem padroniza-lo, se isso acontecer ele perde a sua essência, conclui. Já Sergio Vieira,27, também comentou sobre assunto e disse “Acho que na verdade tem o lado positivo e negativo. Se o jiu jitsu entrasse para as olimpíadas, as chances de medalhas seriam muito maiores para o Brasil, mas também aumentariam a quantidades de pessoas que saíriam brigando na rua e justificando que o esporte que faz é olímpico.” O fato é que o jiu jitsu esta na briga e na fila com outros esportes mais organizados como: Futsal(futebol de Salão) Muay Thay, por exemplo. Segundo o presidente da Confederação brasileira de jiu jitsu esportivo(CBJJE) Moises Muradi, O jiu jitsu tem que ter uma normalização mundial, pois, é um esporte muito abrangente, ele tem regras próprias que outros países ainda não conhecem. Perguntado sobre o que acha do não reconhecimento da entidade da qual preside, pelo COB e o lado positivo e negativo do jiu jitsu disputar os jogos olimpicos,disse” Na verdade estamos distantes de uma realidade Olímpica da Modalidade, precisamos fazer um trabalho de base no Brasil e no mundo, é o que o estamos fazendo. Em relação a participação, acho que esporte ganha visibilidade total perante ao público, em contrapartida perde o príncipio filosófico e milenar da arte.”conclui. A realidade é que independente de qual esporte irá as olimpiadas, todos estão na torcida por medalhas.

OPINATIVO

Querer nem sempre é poder

Por Luiz Augusto

O jiu jitsu é um esporte maravilhoso. Tem uma história de vida interessantíssima, carrega consigo bons e maus profissionais como toda e qualquer área de trabalho. Já se tornou um estilo de vida para alguns, é considerado como esporte radical por outros. Nos bastidores movimenta milhões de reais e de dólares ao redor o mundo através de, grifes de kimonos, aulas particulares, academias, campeonatos e etc.
O esporte cresceu, se desenvolveu em termos técnicos, a maior prova é que mestres, professores faixa pretas da “arte suave” estão por vários países da Europa, Ásia, Oriente Médio e América Central ensinando as técnicas e ganhando uma boa remuneração. O caso de maior sucesso é o de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, onde o jiu-jitsu se tornou um fenômeno local. Teve o investimento de vários “petrodólares” por parte dos xeiques locais é o país onde se paga a maior premiação em dinheiro para atletas. Professores foram contratados para ensinar a “arte suave” e atualmente grande parte dos colégios aderiram a arte marcial como esporte. Mas infelizmente apesar de toda essa ascensão, esqueceram de se organizar. Hoje vemos um clamor nacional por parte dos amantes de artes marciais para que ele se torne esporte olímpico. As dificuldades que o impedem são imensas vão desde, fechamento de chaves, ausência de confederações e faixas pretas suficientes em outros países, atletas que saem da academia para irem brigar na rua, desavenças entre dirigentes de entidades entre outros.Outro problema é a concorrência de esportes um pouco mais organizados que também querem entrar para os jogos olímpicos e não conseguem. O Comite olímpico brasileiro só reconhece uma confederação brasileira, aqui no Brasil existem tem duas. A padronização de estilos do jiu jitsu divide opiniões entre os praticantes. Alguns acham que é um avanço para chegar as olimpíadas, outros dizem que o esporte vai perder a essência. Dirigentes poderiam se unir em pró de um mesmo objetivo, mas a política que também se infiltrou no esporte e parece querer estragá-lo. O que se sabe é que se o jiu jitsu ir para as olimpíadas, as chances de medalha aumentarão e se não for, continuará com fãs em todo mundo.

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